Concurseiro que é concurseiro está sempre em busca de uma boia. Sim. Uma boia. Porque estudar para concurso não é mole e a sensação de “afogamento” é constante. Bom, pelo menos é assim para a maioria.

A boia é uma metáfora, claro. Mas tenho certeza que quando eu falei boia você entendeu direitinho. Aqueles cursos-cilada que você já sentia que tinham algo de errado, mas que você embarcou mesmo assim são boias. Aqueeeeele de técnicas a jato de leitura (que quando você terminava de ler não havia entendido nada). Tem aquele também das técnicas infalíveis de memorização (como era o nome do fulano mesmo????) ou aquele curso com um coach mega animadão que te prometeu a aprovação (e se você está aqui me lendo entendo que não rolou). No fundo, você sabia que eram furadas. Mas embarcou e gastou sua grana suada para  ter um retorno pífio ou inexistente. Por quê? Porque histeria comove.

Quando a cabeça está cheia de questionamentos e medos e o desejo de aprovação é ardente, a histeria é tudo o que a gente quer. Queremos certezas, mesmo sabendo que elas não existem. Queremos promessas, mesmo sabendo que são vazias. Queremos acalento, mão amiga, coach animadão e frases feitas. Métodos de estudo mirabolantes. A aprovação, diante de sua urgência no coração, fica em segundo plano. Você quer mais se sentir melhor do que estar de fato no rumo certo. E eu te entendo. A gente prega peças para a gente. E cria armadilhas. E caí, pasmem. Serumaninhos complexos, histeria dá ressaca.

Imagina chegar para o semi-afogado e mandar o cara nadar. Que graça isso tem??? Ele pode até saber nadar e ter fôlego, mas na hora do aperto, do desespero, da falta de clareza mental (pela qual todos nós passamos várias vezes ao longo da vida), ele quer a boia. Mesmo que ela esteja furada.

Sou coach e o texto pode estar parecendo um contrassenso para alguns. Afinal, o coach não é para “animar” o aluno? “Você vai passar!!! Uhuuu!”. Estuda não pra ver. Acho que posso estar causando decepções neste momento. Ainda bem que decepção não mata, ensina! Minha abordagem é “mandar a real”. A “real” é preciosa. Quem manda a real quando a gente está no olho do furacão e fica com o discernimento prejudicado devia virar amigo eterno, né não?

Bom, recomendo fortemente que NADEM!

 

Também sugiro que calem a histeria interna. Abstraiam a externa. E façam o simples, o real, o pé no chão, o executável, o que funciona de verdade. Mas é para fazer TODO DIA. É cronograma (fixo ou ciclo, como preferirem), material bom, coach sério (ou artigos/livros sobre como estudar e se organizar) e MUITO ESFORÇO PESSOAL. MUITO ESTUDO FOCADO. Sem mágica, sem mistério. Quase todos os atalhos te levam para o penhasco. Seja sábio.

Resumindo: Coloquem as stabilos (ou bics, como preferirem) para jogo. A boia não existe. Sorry. Not sorry.

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PS: Esse texto não é sobre nenhum curso ou pessoa específica. Não me metam em tretas, hein! 🙂

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Abs

Gabriela

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