Oi, pessoal!
Hoje quero conversar com vocês sobre as dúvidas que recebi sobre compensar horário. Vou fazer um “ponto a ponto” que acho que vai ajudar bastante:
1 – O tempo não volta (como já disse em um post). Se você furou um horário de estudo, aquele horário não dá para ser compensado. Você deixará de fazer algo no futuro para fazer aquela matéria. Isso é fato. Não é opinião.
2 – O fato de o tempo não voltar NÃO quer dizer que você nunca vai furar. Estudar morto de cansado, doente ou dormindo sobre os livros não adianta muita coisa. Há momentos em que descansar E FURAR é sim a melhor opção. Caso você force demais a barra, as consequências são:
* Pouca retenção da matéria vista em estado de exaustão
* Super cansaço no dia seguinte, prejudicando o estudo das disciplinas previstas
* Grande probabilidade de ter que reestudar as matérias vistas em estado de cansaço após um bom e necessário descanso (o que implica, muitas vezes, em um furo para poder ser feito a contento).
Ou seja: forçar a barra pode te atrasar mais.
Possível dúvida (uma que eu tinha demais quando estudava): quando o cansaço está DEMAIS e é melhorar parar e quando você está cansado, mas vale continuar? Olha, essa é a pergunta de um milhão de dólares! MUITO difícil de responder e – claro – muito pessoal. Vá na tentativa e erro. Com o tempo você vai aprendendo a perceber melhor seu corpo e necessidades. Não vejo outro caminho.
Possível dúvida  2: a única coisa que justifica furar é o cansaço? Bom, eu acho que não. Há muitas outras situações que justificam. Novamente, é muito pessoal. Eu nunca perdi aniversário de parente, por exemplo. Isso é importante para mim e não abri mão. Também nunca deixei de fazer as unhas uma vez por semana (isso passou a constar no cronograma depois de um tempo…rs).
Você vai decidir – caso a caso – quando deve furar. A questão não é se o furo é justificável ou não. O problema é a quantidade. Se você fura poucas vezes e todas foram por falta de vontade de estudar, preguiça ou qualquer coisa do gênero, tudo OK. Você provavelmente terá tido tempo de estudar o suficiente. Se fura muito, muito mesmo, sempre com fortes justificativas, é bem possível que não consiga chegar preparado à sua prova…. ou que demore mais a passar. Simples.
O examinador não vai analisar seu ponto, pedir carga horária cumprida e justificativa pelos furos. Você precisa saber a matéria. Para isso, precisa estudar o suficiente. Só!
3 – O aluno costuma sentir grande ressaca moral quando fura. Seja por um motivo justo, seja por bobagem. Daí vem a vontade de compensar. Agora, muita atenção para os 2 casos possíveis:
– Você tem tempo de sobra: aumentar a carga horária do dia se seu cronograma não contempla muitas matérias e/ou se você tem o dia todo livre e está em dia com suas metas de volume, ok. Você “compensou”. Você estudou a matéria que havia furado sem prejudicar a qualidade do estudo do dia ou do dia seguinte. Seu aumento de carga horária para “compensar” não te gerou prejuízo. Ótimo. Nesse caso, vale muito a pena “compensar”.
Obs 1: Coloco aspas no verbo compensar pois o tempo, de fato, não volta. Aquela 1h30 a mais que você fez para estudar o que não conseguiu ver no dia anterior poderia ser usada para descanso ou para adiantar outra matéria em caso de disposição sobrando. Portanto, perdeu está perdido sim. Mas foi um perdido sem efeito colateral relevante. Pode, inclusive, ter sido o melhor a fazer (conforme citado acima).
Obs 2: Casos de alunos com tempo de sobra são raríssimos.
– Você tem pouco tempo: daí “compensar” tem grandes chances de gerar todos os efeitos colaterais ditos acima. O que – reforço – não quer dizer que você nunca vai furar (conforme já explicado).
O que digo para meus alunos que vivem essa realidade (que é a esmagadora maioria) é que sigam o cronograma no dia seguinte NORMALMENTE, sem culpa e sem tentar “compensar” com o intuito de evitar prejuízos maiores (exaustão, necessidade de estudar tudo de novo pois não conseguiu reter nada, mega estresse, desespero, sensação de culpa, punição e soterramento).
Entender que o tempo não volta não é  para te causar a sensação de pânico, ansiedade ou culpa. Pelo contrário. É justamente para evitar a “compensação” em um cronograma que já te deixa no limite. Como digo em meu artigo “A falácia sobre o limite”, nossos limites existem por um bom motivo e devem ser respeitados sob pena de graves problemas de saúde física e emocional. Outra vantagem de entender que o tempo não volta é aprender a furar direito, minimizando o impacto sobre sua preparação.
Clareou, gente? Se vocês tiverem mais alguma dúvida, é só falar.
Abs
Gabi

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