Filtro de sonhos, Rebeldia e Jobs!

Você já deve ter visto um filtro de sonhos como o da foto em alguma barraquinha de beira de praia, daquelas que vendem artesanato. Para quem não tem a mínima ideia do que é um filtro de sonhos, vai uma explicação básica: Ele foi criado pelos povos nativos americanos para afastar pesadelos.

Gosto muito da ideia do filtro de sonhos. Penso nele com frequência. Na verdade, estou tentando construir um… dentro da minha mente! É SÉRIO! Acho que a ideia pode servir para você.

O mundo está cheio de energias boas e ruins. Pessoas predominantemente boas ou predominantemente ruins. Talvez não conscientemente ruins, mas perdidas, sofridas ou inseguras, que acabam projetando tudo de negativo que temem/vislumbram para si sobre nós. Há também os fatos, os percalços naturais da vida (falta de tempo, de grana, de apoio, de direcionamento…). Tudo isso mina a vontade de lutar, causa um sentimento que só posso descrever como “cansaço emocional” e gera o efeito que pessoalmente julgo o mais triste e nefasto: ACABA COM A MAGIA!

E acredito piamente (apesar de me considerar bem cética para algumas coisas, infelizmente) que a vida tem uma dose de MAGIA. Digo isso porque pude senti-la por muitos e muitos anos. Ela era PULSANTE na minha vida, mesmo em momentos não tão bons. Ela sumia por minutos, por vezes horas e até dias. Mas ela SEMPRE VOLTAVA e – o mais importante – ela voltava NO MESMO GRAU DE BRILHO, digamos assim.

Eu também pude vê-la esmaecer, dia a dia, semana a semana, como se eu estivesse em um amplo teatro com milhares de luzes e, uma a uma, elas fossem se apagando. Eu ainda era capaz de ver o teatro e achá-lo bonito. Era capaz das mesmas coisas da vida COM MAGIA. A diferença é que essas coisas já não tinham a mesma graça. Ressalto que o sentimento não era de tristeza, desânimo ou apatia. Era FALTA DE MAGIA. Eu ainda tinha um pouco, afinal, algumas luzes do teatro ainda brilhavam forte, mas estava looonge de ser o teatro iluminado por holofotes que mais pareciam o sol.

Eu achei por muito tempo que a REDUÇÃO DA MAGIA era parte do amadurecimento. Que não tinha como manter o mesmo grau de antigamente. Mas poxa… a magia faz uma falta danada. Recentemente, comecei a pensar mais e mais na magia. Como ter a totalidade dela de volta? Só investigando melhor as causas que a fizeram esmaecer.

Refletindo, pude perceber que apesar de ter me tornado mais corajosa e segura com o passar dos anos, fiquei mais pé no chão. Isso é bom e necessário para uma série e coisas e UMA DROGA para outras tantas. Fato é que EU QUERO A MAGIA DE VOLTA. E sem um pouco de loucura e inocência, não há magia que resista. O problema é que ser adulto, com boletos e deadlines, não contribui muito com a magia. E começa a dar vontade de passar os finais de semana só organizando a casa, a vida e cumprindo as obrigações que não temos tempo de cumprir durante a semana. Afinal, você sabe… consequências.

A lista de prioridades começa com tarefas e termina com alegrias, com o que queremos de fato fazer. O problema é que o cansaço costuma bater lá na metade da lista de tarefas…. já viu, né? E a sensação de que tudo demanda muito esforço, mas o retorno não é condizente com o grau de empenho empregado? Coisa de adulto? Melhor se conformar?

I AM A REBEL! Não posso me conformar! É assim que o sonho, aquilo que a gente constrói no nosso “tempo livre” (ênfase total nessas aspas!!!) começa a perder a graça, a parecer distante demais, delirante demais, cansativo demais. Começa a parecer que não vale a pena. Ele começa a ficar empoeirado, coberto pelo cansaço, dificuldades reais, comentários alheios negativos e com o pior tipo de poeira, nossos pensamentos limitantes.

Muito da poeira são discursos dos outros ou nossos. São pesadelos. São o pior cenário. São expectativas negativas. São fruto do deixar as alegrias sempre para depois. Isso cansa emocionalmente. Isso desestimula. Para não ter taaaanta poeira para tirar do sonho (que não é passar no concurso e sim SER VERDADEIRAMENTE FELIZ, que é o fim da linha das metas – veja desenho no fim do parágrafo) no seu tempo livre, tenha um filtro de sonhos mental. Não absorva pensamentos ruins. Não há pensamento inferior que não possa ser substituído por um pensamento superior (aprendi essa em uma meditação). Dê-se tempo e alegrias. Um café gostoso no fim da tarde. Um papo com amigo ser hora para acabar. Um louça que fica para o dia seguinte para dar espaço a um filminho. Um docinho fora de hora.

 Cada um tem sua filosofia de vida, deixo claro. Aqui no meu blog que falo da minha (que pode ou não servir a quem lê… e tá tudo ok, viu?). Eu acredito em ser feliz todo dia. Não acredito em sacrifício absoluto em todas as áreas da vida para alcançar uma vida com resultados extraordinários. Acho que a gente tem que focar em SENTIMENTOS ORDINARIAMENTE EXTRAORDINÁRIOS. SENTIR É TUDO O QUE IMPORTA. 

Quem não tem saudade da época em que a vida era mais simples, você tinha menos coisas, mas era felizão? Tá certo que na vida adulta não dá muito para ser assim. Boletos, lembra? Conta de luz, água, escola de filho… mas é importante sentir CONTENTAMENTO com a vida que se tem, para que o sonho brilhe muito e você se sinta ANIMADO o suficiente para correr atrás dele.

Detesto a ideia propagada hoje de que você tem que estar SEMPRE DESCONTENTE. Como se algo sempre te faltasse. Como se você sempre tivesse que ter uma nova meta. Como se você nunca pudesse parar para saborear nada, curtir nada, sentir verdadeiro contentamento com nada. Sempre mais e mais e mais. Mais o quê? Pressão? Compras? Metas? E a felicidade real? Essa anda em baixa. Não há filtro de sonhos que dê conta de tanto pesadelo! Daí a poeira nos sonhos. Eles morrem sob pressão. Passam a parecer bobagem… quando, na verdade, são tudo o que nos importa.

Stay hungry. Stay FOOLISH! (Permaneça “faminto”. Permaneça “insensato, bobo”). Gosto dessa frase icônica do Jobs por um motivo simples: Ela te ANIMA, IMPULSIONA, TE FAZ MOVER COM LEVEZA E ALEGRIA. Não te coloca uma meta, um deadline, uma faca no peito… coisas que matam a magia e vontade. Procure caminhar assim. Com contentamento e alegria. Sem isso, nenhum sonho fará sentido.

O contentamento e a acomodação não são sinônimos. Não necessariamente. E se você quiser se acomodar porque é isso que vai te trazer felicidade, seja REBELDE, e acomode-se. Vá ser feliz. Tanta gente se muda para um lugarzinho no meio do nada e vive feliz da vida na simplicidade. É uma escolha legítima! Seja verdadeiro com você. Já se você tem um sonho e não tira o bendito da cabeça, mexa-se. Mas mexa-se com alegria e contentamento. A gente não aguenta dor por muito tempo. Não sem sequelas.

Um beijo

Gabi