COMPAIXÃO CONCURSEIRA: Juro que isso vai te fazer bem! VEM!

Pode parecer que estou sendo dura. Mas não. Estou só cortando caminho. Falo com o coração cheio de carinho.

Vou dar alguns exemplos que podem (OU NÃO) se encaixar nos seus sentimentos:

O colega vai viajar para curtir o carnaval. Ele é concurseiro e você também. Os DOIS estão tensos, inseguros, com medo de não passarem nunca, exauridos emocionalmente, cansados fisicamente e mentalmente. O colega resolve viajar para espairecer. Você também gostaria de viajar. Seria ótimo respirar. Mas a grana não permite. Ou o edital na praça não permite. Ou as circunstâncias impedem. Daí você sente uma URGÊNCIA em postar sobre o quanto vai estudar no feriado e como quem viaja nunca vai passar. Você não faz para sacanear. Faz para se sentir melhor com sua realidade. Você desdenha… mas adoraria comprar. Você não é mau. Você é humano. Mas não é legal reconhecer o processo mental para não magoar os outros e nutrir sentimentos ruins/conflitos internos? Esses sentimentos ruins, mesmo que você só sinta e não diga nada, mesmo que nem perceba exatamente o que está rolando na cabeça, te colocam em um ESTADO NEGATIVO DE RECURSOS EMOCIONAIS. A famosa “bad”. Na fossa, você deita e espera a dor reverberar, sair destruindo tudo por dentro. Você não reage.

A colega tem uma cantinho de estudos que parece saído da Vogue Casa. O seu dá até tristeza. Pode ser até que você nem tenha um cantinho. E seria tãããão bom ter, né? Dá até um sentimento que a tal colega tem uma “vantagem indevida” no concurso. Naquele cantinho, você sente que renderia mais. Daria até alegria de estudar horas e horas. Tudo seria mais leve lá. Você sente uma pontada de dor com a foto do cantinho no insta. Para corrigir a tal “vantagem indevida”, você alfineta. “Futilidade”. “Stabilo não passa ninguém”. A colega fica arrasada. Talvez o cantinho seja a única coisa que ela sente ter de bonito, de legal no momento. Talvez seja a única que a conecte com uma outra época da vida dela, quanto tudo era mais fácil e colorido. Aquele cantinho é importante para ela, tanto que sentiu vontade de dividir via postagem. Você não é mau por alfinetar. Você só não está canalizando legal o sentimento “eu também quero esse cantinho e essas stabilos”. ESTADO NEGATIVO DE RECURSOS EMOCIONAIS? Tamo aí!

O que quero dizer é que quando você sofre, pode estar tentando se sentir melhor fazendo o outro se sentir pior. Como vemos isso nas redes sociais! MEU DEUS! Mas esse povo todo é mau? Não acho. Penso que as pessoas andam é muito tristes, pressionadas, decepcionadas com o que estão vendo desenrolar na vida delas apesar de todo o esforço. Sem saber lidar, o sentimento explode nos outros. Ninguém ganha esse jogo. E o ciclo da falta de compaixão com o outro se instala.

Adivinha só. O colega folião, a colega do cantinho ficam beeeem chateados com o ataque gratuito. São muitos na internet. Daí a pessoa começa a achar que todo mundo ataca. Para se defender, passa a atacar. Ou se retrai completamente, dando espaço para a solidão e a depressão. Seja lá qual for o mecanismo de defesa que acione quando bate um sentimento não muito agradável, cuide para que ele te coloque em um ESTADO POSITIVO DE RECURSOS. Pode parecer impossível, mas não é MESMO!

Quer mais exemplos?

Quando alguém te vê na rua, tomando um sorvete no shopping ou até vendo TV em casa você já começa a se explicar. “Estou no meu descanso”, “estou exausto (a)”, “já estudei X horas hoje…”. Você até nota que está se explicando, mas simplesmente não consegue se conter? Você se justifica até para estranhos, para quem nem te julgou ou perguntou nada, para quem não dá a mínima se você está estudando ou não? Pois bem. Você fala para o outro. Mas se justifica para VOCÊ MESMO, que está inseguro sobre a decisão de descansar! Está sentindo que não deveria fazer isso, que não merece, que não conquistou esse direito.. afinal, você não está 100% nas matérias. Poxa! Olha que falta de compaixão com você mesmo!!!! Dane-se o outro nesse caso. Ele é só um enfeite no seu cenário. Um veículo para você falar com si mesmo!

Um pessoa na internet que você mal conhece contratou um coach. Você sente imediatamente um frio da barriga quando ele conta isso. A sensação de que é injusto ele poder pagar alguém para auxiliar te invade. “Vantagem indevida” surge na mente! Você PRECISA equilibrar as coisas. E começa a falar que é dinheiro jogado fora, tempo perdido, que não vai adiantar nada e tal… mas se você ganhasse um curso de coaching, aceitaria na hora. Se você acha que não vai adiantar nada e você não é íntimo da pessoa para palpitar, porque posta essas coisas para um desconhecido? Já parou para pensar? Por que você se importa a ponto de parar sua atividades para escrever isso a alguém distante de você? Não estou te condenando. Não mesmo. Se você faz isso, algo dói. Toda a minha solidariedade a quem sofre! Mas não dá para acabar com a dor sem você reconhecer que ela existe e como ela surgiu. Por isso te escrevo hoje.

Se você cuida do seu coração e não fere o do colega, você não só evita o ciclo de dor do texto (bate, causa dor no outro, o outro se retrai ou causa dor em um terceiro para aliviar a própria…), mas faz melhor: espalha coisas boas. Quando um se sente bem, faz o outro se sentir bem também. #correntedobem

Eu acredito que isso é instintivo para muita gente. Mas para você conseguir fazer isso, é preciso ENTENDER a razão por trás de cada ação, de cada palavra dura, de cada alfinetada e até de cada julgamento mental que não chegou a virar palavra.

Depois de entender, reenquadre o pensamento. O colega vai para o carnaval? Massa! Para onde você quer ir no carnaval quando puder viajar? Qual decoradora você quer contratar para fazer sua casa quando passar? Imagine vividamente cada cantinho. O colega tem coach? Uau! Você vai ter o profissional que quiser para te assistir quando passar! Quem você quer contratar? Massagista toda semana? Personal da moda? Terapeuta? Coach de vida? Imagine como vai ser divertido, gostoso e proveitoso para sua vida!